Eleanor & Park – Rainbow Rowell

(Foto: Divulgação)

Livro mostra como dois jovens se apaixonam da forma mais linda e improvável possível

Se apaixonar na adolescência é uma das coisas mais intensas da vida. Sei, pareço uma velha falando isso, mas é a pura verdade. E é essa intensidade que Rainbow Rowell mostra em Eleanor & Park, um romance delicado, bonito e que também expõe muitos problemas dessa fase da vida.

Enquanto Park é um garoto comum, que mora com os pais e tem uma vida estruturada, Eleanor vive com o padrasto, seus irmãos e seus meio-irmãos de uma forma simples, quase precária e em uma realidade onde é exposta a xingamentos e maus-tratos de vez em quando.

Ela não é uma garota com o padrão de beleza esperado e fica feliz quando tem pelo menos uma roupa limpa para vestir. Apesar disso, ela encontra espaço para se preocupar com a mãe submissa, com os irmãos mais novos e em dar a eles o melhor que puder.

(Foto: Editora Novo Século)

São realidades bem diferentes e, exatamente por isso, Eleanor & Park é um livro muito encantador. Park tem toda estrutura ao seu redor e, quando conhece Eleanor e ambos se apaixonam, ele cria o desejo de prover isso para ela também. Um instinto protetor que muitas vezes acompanha o amor. Mas ele não pode. É só um adolescente e não há como mudar a realidade dela.

Já Eleanor, apesar de gostar dele, é mais receosa. Ela deseja poupá-lo da realidade maluca que tem, além de ter medo de seu padrasto. Esse personagem, inclusive, demonstra uma realidade abusiva vivida por muitas jovens dentro de suas próprias casas. Eleanor tem medo, inclusive de abusos sexuais, tanto dela, quanto da irmã mais nova.

Nesse sentido, Eleanor & Park se revela um livro um pouco triste às vezes. Park não pode fazer muito para ajudar a garota e ela, por conta do amor que sente, não consegue poupá-lo: são dois jovens que precisam conviver com coisas que ainda não podem mudar e, muitas vezes, não entendem direito.
Apesar disso, ambos são jovens e as páginas do livro são repletas de alusões à músicas, de momentos de brincadeiras e sem tensão. A obra de Rowell caminha de forma interessante entre essa leveza e a realidade difícil.

O final da história é agridoce: nem feliz, nem triste... Talvez um pouco melancólico, exatamente como esses relacionamentos da juventude podem ser.


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