Dartana - André Vianco


Na trama temos a transição das cenas e apresentação de três planetas: Dartana, Combatheon e a Terra em tempos futuros. Combatheon é um mundo que serve como plataforma de batalha para que deuses de outros planetas lutem entre si para conquistar a vitória e libertar seu povo da maldição do conhecimento. A maldição impede que o povo aprenda e acumule conhecimento para crescimento e evolução.

Dartana tem um povo que vive uma vida miserável e vive às margens do hangar das feiticeiras que são as únicas capazes de guardar conhecimento e zelar pelos habitantes desse mundo sombrio. Quando a chegada do deus de guerra é anunciada existe sempre uma nova esperança de que a guerra será vencida e de que os guerreiros e seu deus irão atravessar o Portão de Vitória.

Existe um ciclo em que nascem novos deuses e estes são levados para o Combatheon para lutar até a morte. Neste cenário Combatheon é um verdadeiro campo minado, onde exércitos têm de vencer vários deuses para quem sabe ter o povo liberto da maldição.

Em Dartana somos apresentados a diversos personagens. Um deles que consegue se sobressair dos habitantes é Jeliath que é inteligente e tenta mesmo apesar da maldição, executar feitos importantes. Sua ambição e sede de conhecimento o empurram para o seu sonho de livrar Dartana da maldição.

Ele é seguido por Dabbynne, Thaidena e Parten certos que haveria uma esperança. Um deus novo nasce e o povo de Dartana é convocado para a guerra próxima a acontecer. Neste fio de esperança o povo de Dartana tem a chance de lutar e viver fora do alcance da maldição.

(Foto: Fábrica 231)

Dartana é divido em três partes: “Combatheon, O Devorador de Alvas”, “O Deus Morto” e “Ogum”. No inicio da primeira parte é arrastada, mas eu compreendo que seja devido a apresentação dos personagens, do mundo criado, das regras com pinceladas da Terra no Futuro. Da metade de “Combatheon, O Devorador de Almas” temos a grande batalha do exército de Dartana que é longa, violenta e sangrenta satisfazendo todo espaço antes preenchido por apresentações de regras e personagens.

Em “O Deus Morto” traz uma sequencia atrás da outra com várias descobertas, pois nós somos os Dartanas também nessa história. Não sabemos o que irá acontecer. Estamos na pele de Jeliath, um dos protagonistas da história. Aprendemos com ele e descobrimos coisas da trama através do seu caminho percorrido. Isso nos aproxima de Dartana fazendo uma ligação dos personagens com os leitores. A forma como é feito a conexão do Combatheon e a Terra pra mim é uma das melhores cenas que se tem no livro.

Mostra a capacidade de Vianco colocar simbolismos em que uma cardiologista ensina de alguma forma o protagonista encontrar uma solução ao problema de coração. O modo que é inserido e o cuidado de como é feito a transição da cena de um mundo para o outro é espetacular. A revelação não é forçada e os indícios do ocorrido elevam a surpresa para ampla satisfação do leitor.

Na última parte “Ogum”, temos a apresentação de batalhas épicas com o confronto final. A forma como André brinca com a guerra é algo bem interessante. As armas e o conhecimento da Terra têm um grande papel no decorrer das batalhas, mostrando como o autor pode realizar diversas facetas que ajudam os guerreiros de Dartana. O gancho deixado no final é algo misterioso e sombrio deixando os leitores esperando logo pela continuação.

Dartana consegue mesmo com tantos personagens apresentar vários pontos de vistas e com o pano de fundo da barreira do conhecimento nos faz acreditar que o conhecimento é importante. Ela é a nossa única arma para a evolução.

Compartilhe:

Deixe seu comentário

0 comentários:

Postar um comentário