Em Águas
Sombrias, é um thriller que vai tentar confundir sua cabeça de todas as formas.
A narrativa é feita tanto em primeira quando em terceira pessoa através
de dez personagens distintos, além dos trechos do livro que estava
sendo escrito por Nel. De início a quantidade de nomes e ligações assusta, mas
não é algo que venha a prejudicar a leitura. Ainda assim, é extremamente
desnecessário. Nos primeiros capítulos todos demonstram para o leitor que
sabiam muito mais do que estavam dispostos a contar. Aqueles que não se achavam
culpados pelo ocorrido, tinham questões mais antigas que não gostariam que
viesse a tona.
Os capítulos são curtos, alguns não passando de três páginas, o que deixou a leitura mais dinâmica. A escrita da autora é bem gostosa de ler, mas apesar de ter ficado curiosa para desvendar o mistério dessa morte e de outra que aconteceu recentemente, não era algo que me consumia quando eu não podia ler. Não li o primeiro livro da autora, mas ouvi inúmeros elogios sobre sua narrativa, e achei a trama de A Garota no Trem muito inteligente quando assisti. Então sim, eu esperava muito mais.
A história não é
ruim, só é fraca. A história é dividida em três partes que poderiam ser
resumidas da seguinte forma: a primeira é uma apresentação dos personagens e
suas ligações, a segunda é quando a investigação começa de forma mais efetiva e
a terceira é o desfecho da história. Vários desses personagens começam a contar
suas histórias de forma paralela, o que trás a tona o suicídio de Katie. Se
eles estão ligados ou não, é uma coisa que você precisa ler para descobrir, mas
os personagens que cercam as duas personagens se interligam.
Mesmo com tantas pessoas,
consegui identificar um protagonista. Eu realmente achei que seria Nel, mas
transferir isso para sua irmã. Em grande parte dos seus capítulos, Jules parece
estar tento uma "conversa interna" com sua irmã. Ela conta para os
leitores sobre a infância delas, mais exatamente sobre fatos que aconteceram 12
anos antes e que influenciaram diretamente na relação das duas. Os personagens
e suas tramas foram bem construidos, mais elas foi a única com quem tive tempo
de criar empatia. Aliás, o fato da autora ter aprofundado questões individuais
de alguns desses narradores, pode ter sido um dos fatores que me passou essa
sensação de que Nel não era suficiente para carregar um livro.
Se você gosta de suspense e
esta sem o que ler no momento, pegue Em águas sombrias. Será uma leitura rápida
e agradável. Caso você tenha lido outro livro da autora, segure a sua
expectativa para uma melhor experiência.
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