Sempre Vivemos no Castelo - Shirley Jackson

Mais do que "um livro perturbador e perverso", acredito que esse é um livro bastante psicológico. Num primeiro momento a história causa uma grande estranheza, no entanto, com o passar das páginas você percebe que essa estranheza se dá porque a história nos é apresentada sob o ponto de vista de Marricat e a jovem tem uma visão um tanto quanto peculiar das coisas. 

Absolutamente nenhum dos personagens retratados por Shirley Jackson é lá muito normal. Mas, com certeza, Merricat ganha em disparado.  A menina doce e excêntrica, que perdeu toda a família e vive desejando a morte de quem ousa se atravessar em seu caminho é, sem dúvidas, a melhor personagem da trama. A riqueza de particularidades que foram adicionadas em sua personalidade é surpreendente - um trabalho realmente brilhante da autora. Candice e Tio Julian foram personagens que não pude entender completamente - não consegui ter certeza se a forma como os dois enxergavam as coisas à sua volta era ingenuidade, mecanismo de defesa ou simplesmente loucura. Porém, ambos foram muito bem desenvolvidos à sua maneira, não deixando dúvidas quanto ao talento de Shirley Jackson.
 
Como sempre faço questão de destacar aqui, um clássico não se torna um clássico sem razão. E esse livro, lançado originalmente em 1962, com certeza mereceu receber tal status. Pode não ser uma história que me marcou, pode não ter se tornado um favorito, mas eu não posso deixar de reconhecer a qualidade dessa obra e, por isso, indico sua leitura sem pestanejar. Não é uma leitura fácil, acho importante deixar isso claro, mas é uma leitura enriquecedora.

Compartilhe:

Deixe seu comentário

0 comentários:

Postar um comentário