A Melodia Feroz - Victoria Schwab

Esse livro foi tão bom que eu não sei por onde começar a elogiá-lo. A trama é completamente original, com um mundo onde a violência gera a criação de monstros, que acabam aterrorizando a cidade onde os protagonistas moram.
Não espere muito romance, já que a trama realmente foca no aspecto político da cidade e no desenvolvimento do mundo. Porém, se você é fã de muita ação, reviravoltas, algumas cenas de suspense e uma interação brilhante entre os protagonistas, não perca a chance de conhecer essa história incrível. A autora se esforçou para demonstrar que as linhas entre o branco e o preto são borradas e difíceis de distinguir, e que nem tudo é o que parece ser no primeiro momento.

August e Kate não poderiam vir de mundos e famílias mais diferentes ou ter objetivos mais distintos, porém ainda assim (ou talvez justamente por isso) as cenas em que eles estavam juntos eram absolutamente brilhantes. August é um "monstro humano", um sunai que foi criado da violência e é capaz de matar os humanos com a música que cria em seu violino. Entretanto, apesar de não ser realmente humano, August tem desejos, medos e necessidades muito humanas. Senti como se o protagonista fosse um pouco inocente, protegido dos horrores do mundo por seu "pai", e isso acabou tornando-o uma pessoa boa no fundo.

Kate é o completo oposto de August. Cruel, independente, sempre sob controle, Kate parece conseguir prever o que acontecerá de modo a estar sempre três passos a frente das outras pessoas. Apesar de ter muito poder, e de ter a opção de viver longe de uma cidade controlada por monstros, o maior desejo de Kate é se provar para seu pai e assumir os "negócios da família", controlando os monstros que controlam a cidade. O mais estranho é que Kate pode parecer uma pessoa suicida, mas a autora consegue fazer com que as motivações dela façam todo o sentido.

Você não adora quando o autor consegue desenvolver muito bem os protagonistas e mesmo assim encontrar espaço para mostrar os outros personagens carismáticos? Os dois sunais que são irmãos de August foram meus favoritos, completamente diferentes e ainda assim aterrorizantes, cada um de sua maneira. O pai de Kate não conseguiu me convencer de sua maldade, porque era possível ver o pai preocupado por traz do homem poderoso.

Minha parte favorita do livro provavelmente foi que nenhum personagem era totalmente mal ou bom, todos tinham suas motivações e, quer o leitor concordasse com elas ou não, faziam todo o sentido. Eu já esperava que fosse muito bom, mas foi melhor. Honestamente vi pouquíssimos defeitos nesse livro e não consigo lembrar de uma situação em que não estivesse completamente envolvida na trama. Só me resta aguardar o próximo.

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